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A missão de Aloysio Nunes Ferreira não é simples. À frente do Itamaraty, terá que recolocar o Brasil como importante ator nos debates globais em um momento em que o multilateralismo perde espaço com a avanço do nacionalismo em países importantes. Tentará abrir mercados estrangeiros enquanto o protecionismo cresce. E não conta com o apelo que fez o país ser destaque internacional nos anos passados.
— Para voltar ao jogo o Brasil depende mais de fatores internos que de sua diplomacia. Precisa voltar ao vigor econômico, apresentar avanços sociais e ambientais e conseguir transformar o debate da corrupção criado com a Operação Lava-Jato em algo que pode ser visto como um exemplo para outros países — afirmou o brasilianista Peter Hakim, presidente emérito do Inter-American Dialogue. — Antes, toda vez que voltava do Brasil, as pessoas queriam saber o que o país estava fazendo, havia novidades. Hoje o país perdeu a relevância.
Ele acredita que não adianta o novo chanceler defender uma abertura comercial, se o país continuar um dos mais fechados do mundo. Enquanto o agronegócio defende uma atuação mais agressiva e voltada para a Ásia, os industriais brasileiros temem com a concorrência.